quinta-feira, 29 de outubro de 2009

BH em busca de um progresso

Fim das obras na Antônio Carlos é anunciada para março de 2010

O governo de Minas anunciou, em outubro de 2009, que no final de março de 2010 estará concluindo a última etapa de alargamento da Avenida Antônio Carlos, principal via de acesso à região da Pampulha e Venda Nova, zona norte de Belo Horizonte.

Visando atender a população da melhor forma possível, estão sendo investidos R$ 250 milhões, contando que, destes, R$ 190 milhões provêm dos cofres do Estado.

Ao final do processo, a Avenida Antônio Carlos contará com doze faixas de tráfego, sendo as pistas centrais destinadas, única e exclusivamente, ao transporte coletivo. Os aeroportos Tancredo Neves, em Confins, e o da Pampulha muito se beneficiarão, visto que a ampliação desta via de acesso melhorará o fluxo dos veículos, principalmente nos horários de pico.

Quem se beneficiará com as obras

Segundo entrevista concedida ao portal Uai, o governador Aécio Neves promete que esta obra irá beneficiar mais de três milhões de pessoas, gerando empregos, atraindo investimentos, movimentando o comércio e agilizando, com segurança, o deslocamento dos trabalhadores.

Este grandioso empreendimento mudará o aspecto desta região, marcada pela dificuldade de escoamento do trânsito de veículos de todas as espécies, devido não só às estreitas pistas, mas também ao crescimento demográfico de Belo Horizonte.

No trecho a ser alargado, haverá também a construção de viadutos e trincheiras nas principais interseções da avenida, facilitando as ligações entre os bairros do entorno.

Sete novos viadutos, contendo no mínimo duas faixas, deverão ser construídos para facilitar o fluxo de veículos aos bairros adjacentes à Avenida Antônio Carlos, o que contribuirá para que não haja congestionamentos.

O alargamento da Avenida Antônio Carlos diminuirá o tempo de deslocamento do trabalhador para o centro de Belo Horizonte e o seu retorno no final do dia.

Passarelas serão construídas, facilitando o cruzamento da avenida e garantindo segurança e conforto para todos. Trincheiras e viadutos possibilitarão, aos motoristas, um fluxo mais ágil e com menor risco de acidentes.

Tudo isto associado a uma requalificação urbanística, promoverá uma melhoria muito grande da qualidade de vida de quem precisa trafegar, diariamente, por esta região.

Investimentos X Geração de Empregos

O Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Minas Gerais (SICEPOT) calculou que o investimento de R$ 250 milhões, realizados pelo governo, na segunda etapa da obra, gerará, aproximadamente, 4.700 empregos diretos e indiretos. A previsão é a criação de um emprego para cada R$ 30 mil investido diretamente em infra-estrutura.

Para cada 100 postos de trabalho gerados diretamente no setor, serão criados, segundo a Câmara Brasileira do Comércio (CBIC), outros 285 indiretos. A indústria da construção impulsiona a maioria dos segmentos produtivos, seja através da geração de emprego e renda ou dos insumos desta indústria.

Segundo dados do Banco Mundial, também houve crescimento do denominado setor do Construbusiness na geração de emprego e renda. Dados da entidade apontam que para cada 1% de crescimento na infraestrutura corresponde, em média, a 1% do PIB.

Responsabilidade Socioambiental

Um novo cenário paisagístico também poderá ser presenciado pela população que, todos os dias, circula pela Avenida Antônio Carlos. Conforme previsto no projeto paisagístico, 10 árvores deverão ser plantadas em substituição a cada uma que foi retirada na 1ª etapa, computando, ao todo, o plantio de 1,5 mil novas mudas.

O projeto de alargamento tem uma política compensatória, no que diz respeito ao meio ambiente, o que comprova que o desenvolvimento proposto é sustentável, ou seja, baseia-se na reposição imediata de qualquer dano à natureza. Árvores serão plantadas, não somente ao longo das calçadas, mas também nos canteiros centrais da busway, nas calçadas dos viadutos e nas áreas remanescentes da obra.
O trecho a ser beneficiado com as novas árvores fica entre a Rua dos Operários, no bairro Cachoeirinha e o complexo da Lagoinha.

Melhorias e mudanças no trânsito

A melhoria no trânsito para as regiões Norte de Belo Horizonte, Pampulha e Venda Nova também será resultado deste grande projeto. No entanto, a obra provoca, hoje, inevitavelmente, a interdição de várias ruas, como a Rua Rio Novo, entre a Rua Diamantina e a Avenida Antônio Carlos; a Rua Amadeu Quaglia e a Dr. Antônio Mourão.

O acesso à área central que, na região, era feito através da Rua Rio Novo, passou a ser realizado através das ruas Pitangui e Sabará e o acesso à avenida só poderá acontecer pela Rua Juazeiro. A sinalização ficou a cargo da BHTRANS, que, com faixas de tecido e sinalização de obra, tem indicado os desvios e orientado os motoristas, de modo a garantir a segurança, não só dos condutores, mas também dos pedestres e passageiros de ônibus.

Devido às obras, muitos pontos de ônibus precisaram ser trocados de lugar. Segundo a Assessora de Marketing da BH Trans, Helena Bueno, agentes da Unidade Integrada de Trânsito irão monitorar o tráfego na região até o final das obras. “Todas as informações sobre o Transporte Coletivo podem ser obtidas na Central de Atendimento Telefônico da BHTRANS, pelo número 3277-6500 ou no portal da empresa”. Em frente ao Hospital Belo Horizonte, no sentido centro / bairro, por exemplo, já não existe mais parada de ônibus, pois esta foi remanejada para o quarteirão seguinte, bem em frente à Mila Veículos.

O tráfego também sofreu desvios importantes, tais como o das ruas Amadeu Quaglia e Dr. Antônio Mourão Guimarães, que foram desviados para a pista exclusiva de ônibus.

Desapropriações, indenizações e mágoas

Como já previsto no projeto, muitos moradores tiveram que desocupar suas residências para que a pista pudesse ser alargada. O governador Aécio Neves confirmou, em entrevista ao Portal Uai, que o processo de desapropriação dos imóveis, construídos às margens da rodovia, já está praticamente concluído, o que possibilita a afirmação de que a obra, de fato, será concluída no prazo previsto. O valor investido na desapropriação de mais de duzentos e quarenta imóveis, ao longo de todo o trecho em obras na Antônio Carlos, foi de, aproximadamente, R$ 110 milhões.

Muitas famílias, portanto, já foram removidas da avenida e indenizadas com dinheiro do Estado. Muitas delas viram-se forçadas a transferirem-se para outros locais, deixando, para trás, suas lembranças e até alguns bens.

Segundo o ex-morador da avenida, Sr. Antônio Menezes, de 78 anos, as amizades que construiu ali, durante 40 anos, tiveram que ser diluídas. “Muitos amigos foram para bairros distantes e eu cheguei até a pensar em voltar para o interior”. Ele sabe, no entanto, que o desenvolvimento é necessário e diz que a avenida ficará muito bonita.

Nova onda de urbanização

Entre o fim do ano de 1960 e meados da década de 1980, Belo Horizonte dava os primeiros passos para se transformar em uma grande metrópole. Nesta época, a região da Lagoinha, bairro localizado próximo à Antônio Carlos, era rodeada pela Praça Vaz de Mello além de algumas casas e comércios. Era só caminhar pelas ruas e logo se encontrava de tudo: sapateiro, alfaiate, mercearia e padarias. Todos se conheciam pelo nome, dando ao lugar um ar de “pequena cidade”. Hoje, os moradores dão adeus ao que restou destas casas e comércios que aos poucos deram lugar a viadutos e complexos.

Moradora da região desde 1985, Lúcia de Melo, de 53 anos diz que sente um grande vazio ao olhar pela janela de sua casa. “A tranqüilidade que se via nesta região foi trocada pelo barulho constante de carros e ônibus. Mitos amigos já se foram. O bairro já não é o mesmo de antigamente”.

A amargura de alguns moradores mostra que a Lagoinha não é mais a mesma. Mas, como o processo é contínuo, muitos esperam que as mudanças também tragam benefícios. Com as obras, o bairro terá uma valorização imediata, o que atrairá a vinda de uma nova população.

Até março de 2010, a população, que trafega pela região, irá se deparar com algumas mudanças, sejam elas de pontos de ônibus, de ruas desviadas e até de fortes congestionamentos. A avenida possui, atualmente, apenas uma pista por sentido, com três faixas cada uma, totalizando 30 metros de largura. Com as intervenções, esta via terá, em cada sentido, uma pista com quatro faixas de tráfego. A conclusão vai criar um corredor moderno de ligação entre os aeroportos e o centro de Belo Horizonte, valorizando ainda mais a capital mineira.

Alguns moradores e empresários precisaram ser desapropriados

Um estacionamento, uma empresa de xerox e algumas casas residenciais já foram retiradas da Rua Rio Novo

A BH Trans já sinalizou todo o local onde está havendo desvios

Obra será finalizada em março de 2010
por Nicole Barcelos
correção: Thalita Karine e Jussara Coelho

Um comentário:

  1. -Concordância: anunciado (-1);
    -Cuidado com o gerundismo e com as repetições;
    -Vírgula entre sujeito e verbo: Tudo isso... promoverá (-1);
    -Concordância de número: investimento realizado (-1);
    -Mudou: infraestrutura;
    -Escolha um manual e faça uma revisão de normas;
    -Não existe mais trema.

    Nota: 22/25.

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